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quinta-feira, 20 de junho de 2013

Sobre opiniões dissidentes e bandeiras nas ruas

Essa foto foi tirada do blog Rodomundo e é da Marcha pela Liberdade em Junho de 2011


Não é fácil mesmo viver em uma democracia. É uma das coisas mais difíceis que tem.
Eu, como uma boa nerd, gosto de Star Wars, acho que muitos aqui gostam. É um filme com suas qualidades e defeitos. Mas tem uma cena que eu ODEIO, hehehe... acho que é uma das cenas de romance mais toscas que já vi. Anakin e Padmé em um picnic num campo florido. Acho que vocês sabem do que estou falando. Bom, mas ali eles discutem uma coisa bacana, que não sei se todo mundo viu. O Anakin diz que talvez se não houvessem tantos planetas no senado ou se tivesse um líder mais forte, tudo seria resolvido e a guerra acabaria. A Padmé diz que esperava que ele estivesse brincado. Um conselho amiga, se o cara é autoritário ele pode acabar te matando e deixando seus filhos orfãos, hehehe.

Mas sem brincadeira, ele diz algo que alguma vez na vida já pensamos, mas costumamos não dizer, seria mais fácil se algumas vezes não tivéssemos tantas vozes. Não precisaríamos ouvir um babaca como o inFeliciano. Não teria gente que vota em corruptos, não teria gente que vota em ruralista... aliás, não teria gente que VOTA.

Aí que está o problema. Ouvir vozes dissonantes é difícil pra caramba. Entrar aqui no facebook e ser criticada é difícil. Mas eu prefiria que todos concordassem comigo? DE JEITO NENHUM!

Uma vez disseram "prefiro vozes críticas da democracia ao silêncio da ditadura", e eu concordo plenamente.

Mas somos jovens, uma democracia mais jovem ainda, com parte da juventude que só acordou para o debate democrático agora. Acordar é uma sensação incrível, mas devemos saber que não sabemos tudo, que são as vozes dissonantes que fazem com que sejamos maiores e melhores.

Bandeiras em manifestações existem há muito tempo, pessoas que carregam sua bandeira também. Aliás, muitos brasileiros morreram ou foram torturados e marcados para a vida para nos dizer que poderíamos votar em quem quiséssemos, que as bandeiras e o direito de carregá-las era mais importante que toda a dificuldade de ouvir vozes que dizem algo diferente.

Se não gosta do partido A, B ou C, grite. Não vote nele, defenda seu ponto de vista, se posicione contra. Durante as eleições alerte seus amigos, sua família a não votar no partido que você considera o problema. Mais que isso, durante esse mesmo governo, seja uma oposição consciente. Mantenha sempre os olhos atentos a qualquer erro dos mesmos. Faça com que esses representantes saibam que você está vendo.

Mas atacar, agredir ou impedir que alguém carregue sua bandeira em espaço público é muito semelhante ao que já vimos e vivemos nesse país. E isso me assusta, de verdade.

É... coisa mais difícil essa coisa de liberdade e respeitar o outro... mas eu ainda prefiro a democracia.

"Posso não concordar com nenhuma das palavras que você disser, mas defenderei até a morte o direito de você dizê-las." - Voltaire.


PS: Já se questionou a quem interessa não ter bandeiras em uma manifestação pública?

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